26.2.09

Trocando cicatrizes

Eram suaves caricias que iam direto ao encontro delas, escondidas, à espreita, cheias de historias e contos a serem descobertos, cada vez que se tocava numa, ela era aberta, remexida, trazida pro tempo do agora, revolvida nos seus maleficios e curada novamente pela força do renascimento, que só o instante. Passou. Tem o poder de transformar.

Os pedaços da historia da alma e do corpo, reescritas pelo ar e respiração do momento:

De onde vem essa tua cicatriz?

Renascimento que esse instante de espera da resposta doa: A cura.

Até que enfim as máscaras que embelezam e trazem um certo ar de nobreza e romantismo às feridas estejam caídas ao chão e as unhas sedentas de matéria e chão possam enfim cravar cada veia do outro corpo, sangue que jorra, o real movimento da vida, além das palavras e de qualquer razão, molda rugas, sorrisos, deixa marcas reais, que podem ser maquiadas, mascaradas, mas nunca deixarão de carregar em si mesmas o peso e o poder da vida.


"Um corpo só tem gravidade em relação a outro corpo."

Um comentário:

TATO disse...

Peso. Sim. Bonito texto trem...