31.8.07

22/08/2007. Quase primavera.

Então permitiu-se pensar.
Imaginar sem medo a vida.

Caso opta-se pela vida...

Quase.
Quase era quase sempre a principal questão.

Descobriu que imaginar talvez desvendasse, desfolhasse, desmentisse.
Por trás da verdade inventada, uma possível.

Melhor imaginar que engolir minuto a.
Cigarro a´pós cigarro os pensamentos ácidos, diluídos em copos e corpos.

Ácidos sobre os tais desvios de olhar e pensamento e rota diária, desviando-se do caminho apontado pelas mãos e seguindo uma direção inventada por olhos cegos...

28.8.07

16/08/2007. Madrugada.

"Tão bonito que baixou os olhos"
Caio Fernando Abreu.


Desviou o olhar. Três ou quatro notas.
Melodia fácil, a noite... A lua desce e vai, e a gente continua.

Três ou quatro goles.

Desviou o olhar.
Três ou quatro noites. Dentro e fora, até o fim.

Chega o momento. Atônito ápice. Amanhece o fim da noite...
Sonho ou sono...
Notas da noite.

14.8.07

Ah, poesia...Onde é que você está?Hoje quando virei a esquina daquela vírgula, quase... Quase te peguei pelo braço, e aí ia entender o porquê de tanta fuga.Ia interrogar-lhe até você cair de joelhos.Ia torturar-lhe até que me dissesse tudo, até que se realizasse, até que explodisse.Você na cadeira elétrica, poetando, implorando liberdade, como toda boa poesia implora e eu rindo-me por dentro, chorando de alegria.Um dia ainda te pego.Ainda arranco-lhe os olhos.Porque gosto de poesia cega.Depois digo-lhe tudo que passei sem você, até você prometer, mentindo, nunca mais me deixar.