-Devolve minha ternura? Aquela que eu sei que tenho, você escondeu!
Eu quase te liguei, tinha me dado assim uma grande vontade de te dizer qualquer coisa, deve ser coisa de sábado à noite, eu ia te contar uma coisa que descobri sobre você, e tenho certeza que você não sabe. Sabe... Qualquer coisa... -Devolve por favor?
-Não te devolvo!
-Devolve sim! Devolve e eu te conto o que ia te contar se tivesse te ligado, se eu não. De novo....
-Não posso te devolver isso.
-Por que?
-Porque eu perdi. Não dá pra guardar.
-Mas você arrancou de mim. Vai dizer que não guardou?
-Foi você que me deu. Você jogou fora, lembra? Disse que não ia mais precisar. Estava querendo algo menos assim.
-Eu fiz isso?
-Fez
-Mas eu perdi tanta coisa com isso.
-É, você perdeu.
-Então, agora o que eu faço?
-Não saber já é um pouco de.
-Entende que cansei das palavras?
-Como assim?
-Tenho a palavra ternura, mas não tenho. Não sei. Pra que serve então?
-Pra falar.
-Não tem outro jeito?
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