Talvez ela estivesse acumulando desorganizações para manter
a mente ocupada e distraída da desorganização maior: ela própria.
MAS VOCÊ NÃO SE CANSA DE TANTA LITERATURA ESTÚPIDA E
DESABAFO SOBRE SI MESMA? NÃO SE CANSA DE TANTO EXISTENCIALISMO BARATO?
Cala a boca, sua voz não é a minha, sua voz não sou eu. Não
me sinto cansada.
Comprou um presente para si mesma há uma semana: ainda não
abriu.
Se vai esperar o natal?
Duas garrafas de vinho vazias ao lado da cama. Uma nem
tanto. Agora sim.
Pedaços de outros tempos passados, planos futuros, no futuro
ainda de serem escritos no bloco de notas, nem isso, os planos voam
desapercebidos e esquecidos no dia seguinte pela manhã – já há quanto tempo
sempre atrasada?
TEMPO?
Talvez que os planos futuros houvessem mergulhado nas garrafas
em busca de algum restinho.
Amanhã ela vai jogar fora essas garrafas.
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