Ano eleitoral. A cidade se transforma rapidamente, sem que haja tempo para adaptações.
Todos os pedidos são atendidos ao menor sinal de insatisfação popular...
Ela sempre esteve ali. Desde que eu me conheço por sempre, ela existia.
No frio, na chuva, no sereno, na garoa, na neblina, no sol forte, no seco, cobrindo o sol no cair da tarde, quando chegava o outono e a primavera naquele dia certinho, que o vento batia mais gelado no rosto, dia 21 de março.
Ela estava lá.
Engraçado, como eu nunca pensei na possibilidade de um dia ela não estar mais.
Quando eu abria a janela só pra ver a tempestade, era ela quem ficava dançando na chuva pra todo mundo ver, sem medo de raio, ela dançava, uma dança bonita... grande... toda ela na paisagem.
A vida inteira foi assim.
Meu sempre, sempre foi cheio das sombras dela.
Indo e voltando, la estava ela no caminho.
Anteontem fiquei ouvindo um barulho ruim a tarde. Um ruído que não é daqui.
Ontem olhei pela janela.
Ela não estava mais lá.
Assim, como se não fosse nada demais. Assim rápido: ontem-ante-ontem. Os ruídos tinham cortado-lhe o tronco, deixado-a no chão como outro objeto morto qualquer.
Saí por todas as janelas na esperança de que eu só não a estivesse enxergando, ela havia de estar em algum lugar.
Mas ela não estava.
Minha árvore da vida inteira simplesmente não estava.
Agora vou ter que me acostumar a descer a rua sem pisar nas folhas secas úmidas dela.
Eu queria que existisse um lugar onde eu pudesse visitá-la as vezes.
Um comentário:
gostei muito!!!
:)
parabéns,menina Stella.
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