o que veio antes não importava mais.
e nenhum deles sabia dizer bem o porquê, já que o antes tinha sido há tão pouco. O que importa é que há pouco tudo era diferente, mas bastaram alguns poucos momentos desses que a gente poderia chamar de momentos decisivos, importantes, cheios de coisas pequenas que a gente poderia classificar como insignificantes, para que tudo fosse decidido de outro jeito, como eu diria, é que nesses momentos qualquer coisa insignificante como um levantar de dedos pra batucar no balcão ou um desviar de olhos seguido de um riso ou. pode pôr tudo a perder. se soubessem o que estava em jogo, certamente perderiam. tatearam palavras cegas às escuras durante todo um tempo. um tempo chuvoso, cheio de pequenas pressas e silêncios. mas as palavras corriam, porque precisavam de um terreno de certeza. qualquer coisa pra pisar. corriam desses dois mundos sentados no mesmo banco. os dois separados por alguma coisa sem nome, que ia crescendo cada vez que um pedaço de pensamento caía bem no meio deles. uma coisa tão antiga quanto o impulso, talvez anterior a ele.
O que vem depois disso não importa.
Um comentário:
Boas...
belas...
palavras.
tato.
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