27.11.09

Você, cavalo de fogo
Deixou seu rastro no meu lugar de formar lágrimas
Você ameaçou vôo
Você criou asas

Você sentado, fumando
Bonito, calmo, uma respiração
Podia ter durado, podia
Sua mão esbarrando a minha
No caminho das manhãs atrapalhadas

"Dói, mais quinze minutos
Que passe logo, nada demais.
Bobagem, é, nada demais."

Quando não espero
Você alçou vôo
Você bateu asas
Você deixou vazio o espaço que há pouco nem existia.
Quando não espero, me vejo besta
Quando não espero é quando espero.
Ardendo bem no meu lugar de nascer lágrimas.

18.11.09

sem título.

Som do piano.
Desejo represado na boca.
Do estômago.
Lembrança do quase.
Gozo e choro agora.
O (re) encontro.
Estivestes aqui esta noite?
Mal te encontrei, te deixei passar.
Essa alma só, separada.
Gozo e choro só.
Canta.

Se esta rua fosse minha
Eu sentava no meio dela
Nua e brilhante
Pedia pra chover
Mandava sumir tudo que é gente
Te fazia aparecer
Você botava teu bloco na minha rua
E a gente dançava
até amanhecer.

16.11.09

Caminhando contra o vento
Na espiral des(cons)trutiva da minha cabeça e coração
Aplicando quando posso meu terrorismo de base
Amando em silêncio e cantando alto pelas ruas
Esperando amanhã, quem sabe, não esperar mais nada
Desacreditando cada dia mais da técnica dos técnicos do tecnicismo burrificante
Buscando a poesia na ação e no papel
Lugar de poesia é na calçada
(Corre poesia e se joga na frente de um carro, mostra a que veio!)
Eu vim pra ser poesia
Me jogo, recolho meus pedaços e recomeço
Recomeçando, eu vou.

9.11.09

Se todos fossem iguais a você...

Que bom pensar que no mundo não há ninguém melhor que você
Hoje.
Melhor saber que você não é melhor que qualquer outro
E que foram meus olhos que te captaram de jeito
E que você, um qualquer outro como todo mundo
Único.
Insubstituível, inigualável, absolutamente imprescíndivel pra mim.
Hoje.

5.11.09

estar-ser
apenas
a duras penas
duras armaduras, pernas e banquetes
ser, sentir, não-durar
passos, percalços, deleites
ser-estar
apenas
as duras penas de apenas