23.7.09

pensamentos flutuantes numa tarde chuvosa.

Cabeça fervilha. Será que a única maneira de estar minimamente confortável no mundo é pertencendo?
A algo. Estar por dentro. Time, grupo, tradição.

Nunca se é só o que se é.

Parece ridículo, pra não ser ridículo, tem de ser igual, "como antigamente", "como".
A gente só existe em relação a. Sim.
A barreira em direção ao novo esta sempre sendo reconstruída.
destruída também, mas porque reconstruída tantas vezes?
Sempre invocamos velhos preceitos, bandeiras, tipos, blá!

Gostar da tempestade, simplesmente?

Cresce, menina, cresce...

Algo em mim resiste e gosto desse algo. Acho que no fundo ele ta certo. Insisto.
Levantar qualquer questionamento, qualquer inconformismo, ou coisa que se discuta no coletivo? Inútil. Não há nada a ser feito. Parece que to falando de ficção.
Nada pode ser feito...
O caralho que não!
Tudo é feito o tempo todo pelas mãos calejadas de homens e mulheres.
Mãos com seus jogos e teclas azuis.
1984.

Cresce, menina... cresce!

Diz o censor que eu engoli. É, tem mais essa agora. Ou sempre teve.
Carrego ao meu lado os fantasmas das tradições.
Estrangeira. Exilada. Só. Muito só.

Engoli o opressor. que dor de barriga!
Massacrando o cérebro dos vivos... To sentindo, barbudo, to sentindo...

Algo em mim grita não, não não!

Eu gosto disso.

Nada pode ser feito?
Confio.